Entrevista a Juvenal Garcês no RuadeBaixo.com
2009-01-07
Localizada nesta zona emblemática de Lisboa e fundada em 1990 pelo saudoso Mário Viegas e Juvenal Garcês, a Companhia Teatral do Chiado (CTC) conta com uma sólida carreira de 18 anos e com um fenómeno chamado “Obras Completas de Shakespeare em 97 minutos” dos americanos Daniel Singer, Adam Long e Jess Borgeson. A propósito da comemoração dos 12 anos em cena desta peça de teatro – e também dos 18 anos da companhia, a Rua de Baixo entrevistou o encenador e director artístico da CTC, Juvenal Garcês, que nos faz um balanço deste percurso e do sucesso desta peça junto do público português, nunca esquecendo a alusão ao actual panorama teatral nacional e a polémica do financiamento artístico.
RDB - “Obras completas de William Shakespeare em 97 minutos” … são 12 anos, cerca de 190 mil espectadores, 150 digressões … será que as obras já são conhecidas por todos os portugueses?
Juvenal Garcês (JG) - Acho que não… não quero ser tão megalómano a esse ponto! Mas são já conhecidas pelo menos por 180 mil espectadores - o que é um feito extraordinário - e já estar há 12 anos em cena. Confesso que nunca imaginei que tivesse tanto sucesso! Pensei que seria de 3 meses! Aconselhavam-me a não fazer este espectáculo, seria complicado em Portugal. As pessoas não conhecem Shakespeare, e fazer um espectáculo sobre as obras completas iria ser um flop. Na altura, o Mário Viegas tinha acabado de morrer e seria um risco muito grande… que eu decidi correr… Não tinha dinheiro nenhum. O espectáculo, chamado de “teatro pobre” (que de pobre não tem nada), era de montagem fácil: cenário e figurinos quase inexistentes (risos). E acabou por ser um sucesso, que tem também divulgado imenso a Companhia pelo país todo. Ou seja, o Shakespeare é de facto um grande dramaturgo e comercial (risos): tem sustentado todas as obras, todos os outros espectáculos que tenho feito nesta companhia. Shakespeare ainda continua a ser o grande motor da literatura.
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