OH QUE RICAS PALAVRINHAS!... (II)

2008-07-10
«Querem cultura de primeira, produzam-na lá na terrinha, como o Sr. Dr. reclama. Concordo! Imagine que até se criaram novos apoios para isso. E se a malta for alfabetizada de primeira geração, esforce-se, que foi o que o Sr. Dr. fez (embora os simplórios contribuintes venham ajudando, pelo menos há 30 anos, com constância, generosidade e, no caso único da Cornucópia, pagando até o aluguer, mas isso são minudências e, como o Sr. Dr., não há outro).»

Isabel Pires de Lima, ex-Ministra da Cultura, no Público (07 de Julho 2008), texto intitulado “Carta ao Aristocrata da Cultura Luís Miguel Cintra”

«Já não se pode fazer teatro como se fazia antigamente, ou receber subsídios para fazer três peças por ano. Se o meu orçamento anda à volta dos 20 mil euros, então como explicar que essas […] companhias, com nomes firmados, possam nalguns casos, chegar a receber 300 mil a 400 mil ou mesmo 600 mil euros por ano para fazer três peças?»

Pedro Marques, 39 anos, encenador, em entrevista ao Expresso, caderno «Actual» (05 de Julho 2008)

«O ideal do Luís Miguel [Cintra], que várias vezes tem confessado o seu mal-estar quando os espectáculos da Cornucópia atraem demasiado público (“será que passei a fazer teatro comercial?”), é o regresso do seu cânone ao Teatro Nacional D. Maria II. […] O pior é que a imposição do mesmo cânone nos apoios públicos às artes colocou muitos grupos de teatro independente, por esse país fora, numa situação desesperada.»

Mário Vieira de Carvalho, ex-secretário de Estado da Cultura, no Público (08 de Julho 2008), texto intitulado “Sê bela, e cala-te!”

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