Notícias (Actual - Expresso)

2005-03-06


Carita, Alexandra, “A Barraca leva MC a tribunal”, in Actual (Expresso), nº 1688, 2005-III-05, pp. 10

A Barraca leva MC a tribunal

Maria do Céu Guerra quer anular concursos de apoio sustentado

A directora da companhia de teatro A Barraca só está à espera da documentação oficial que oficializa os resultados do concurso dos apoios sustentados às artes do espectáculo da região de Lisboa e Vale do Tejo para mover uma acção judicial contra o Ministério da Cultura (MC). Maria do Céu Guerra diz-se vítima de uma «perseguição dirigida e intencional» e promete «avançar com todos os meios que tiver ao alcance» para combater «a injustiça». É que, contrariamente ao que esperava e depois de ter recorrido em audiência de interessados do resultado do concurso, a verba que lhe foi destinada pelo Instituto das Artes (IA) manteve-se nos 180 mil euros por quatro anos.
«Está em causa a sobrevivência da companhia tal como ela é hoje. E não se compreende uma verba tão curta para um grupo que teve um ano tão brilhante e que sempre tem lutado pela itinerância e pelos espectáculos para o povo», queixa-se Céu Guerra. Para a actriz, o IA pratica «uma ditadura de gosto» e só aposta «na experimentação e nas vanguardas. Pertencemos a grupos culturais diferentes. O Instituto das Artes tem por objectivo uma vida social animada, nós acreditamos numa vida cultural em prol do colectivo», reclama.
E por isso está empenha em anular o concurso. «Há muitas incongruências e incumprimentos no desenrolar deste concurso. Não será muito difícil prová-lo.» Em cena está já o advogado Ricardo Sá Fernandes, que terá de optar por levar a cabo uma providência cautelar «ou qualquer outro tipo de acção» para reivindicar um maior subsídio para A Barraca.
Maria do Céu Guerra diz ainda ter do seu lado o secretário de Estado dos Bens Culturais, José Amaral Lopes, que «me garantiu que o nosso subsídio ia ser aumentado e continua a dizer que o faria se dependesse dele. O problema é que os desígnios são sempre dos mesmos», avança a directora de A Barraca.
No mesmo concurso, a Cornucópia, de Luís Miguel Cintra (625 mil euros), o Novo Grupo, de João Lourenço (605 mil euros), a Companhia de Teatro de Almada, de Joaquim Benite (550 mil euros), os Artistas Unidos, de Jorge Silva Melo (470 mil euros), O Bando, de João Brites (450 mil euros), a Comuna, de João Mota (360 mil euros), e o Teatro Experimental de Cascais, de Carlos Avilez (360 mil euros) ficaram à frente da companhia de Maria
do Céu Guerra
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