Oh Que Ricos Subsídios! (X)
2005-02-26
Olá amigos e camaradas do blog da CTC!
Para comemorar OH QUE RICOS SUBSÍDIOS (X), a Pancada de Molière resolveu começar a publicar na íntegra algumas actas do IA (Instituto das Artes ou Instituto da Ana). Esperamos comentários com muito humor e ironia dos nossos leitores (mas cuidado com as descontextualizações). Para os melhores comentários, oferecemos 2 bilhetinhos (a vida está difícil), para assistirem aos nossos espectáculos. Divirtam-se!
Aqui vai ela:
Para comemorar OH QUE RICOS SUBSÍDIOS (X), a Pancada de Molière resolveu começar a publicar na íntegra algumas actas do IA (Instituto das Artes ou Instituto da Ana). Esperamos comentários com muito humor e ironia dos nossos leitores (mas cuidado com as descontextualizações). Para os melhores comentários, oferecemos 2 bilhetinhos (a vida está difícil), para assistirem aos nossos espectáculos. Divirtam-se!
Aqui vai ela:
CANDIDATURA #029
JOÃO GARCIA MIGUEL
Na sequência de experiências marcantes em torno de iniciativas como O Olho (1991-2002) e o Festival X (em 9ª edição) João Garcia Miguel, o principal animador dessas estruturas, decide apresentar-se como uma unidade de produção unipessoal, a título de candidatura por director artístico.
Em termos logísticos informa sobre o arrendamento do Espaço do Urso e dos Anjos que servirá como lugar de ensaio, formação e apresentação de espectáculos de pequena dimensão, albergando ainda um Centro de Audiovisuais, Salas de produção e um futuro Centro de Arquivo e Documentação. Conrresponderá, assim, a um projecto que alia o fazer artístico à experimentação e investigação, embora se preveja ainda a necessidades de um investimento em obras numa das salas.
No trajecto curricular de JGM, para além das experiências artísticas já citadas, refira-se a sua actividade de professor (na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha), a formação pontual que tem assegurado na Universidade de Évora, Forum Dança e CEM, entre várias outras instituições, e o seu envolvimento num mestrado (no estrangeiro) no âmbito do qual prepara uma dissertação sobre a experiência teatral dos anos 90 (O teatro e a experiência do invisível).
A sua ligação a várias outras estruturas – artísticas e de ensino – e uma actividade desenvolvida de modo relacional vêm animando inúmeras parcerias e colaborações no âmbito do teatro (Espaço do Tempo, Teca, Transforma, Chão de Oliva, ACCA, etc.) mas tem igualmente investido em campos como o documentário e outras realizações áudio visuais. Todavia, muito do trabalho, que nesta direcção virá a desenvolver, parece não refletir-se na entrada de receitas de forma expressiva.
Na programação que apresenta para o quadriénio indica como factor estruturante um conceito filosófico – o do tempo contínuo –, mas decanta-o a partir do confronto com alguns autores e textos canónicos, trabalhados dramaturgicamente e em função de experimentações tecnológicas de incidência visual e sonora. No plano da internacionalização projecta uma apresentação em Marselha no âmbito do Festival Les Informelles, organizado pelo Théâtre des Bernardines, a integração de um actor estrangeiro (Anton Skypiciel) no espectáculo Descrição de uma imagem, e a vinda de um encenador americano (Michael Margotta) para o projecto O urso. Na defesa da sua candidatura cita a sua atenção à dramaturgia portuguesa, difícil, todavia, de discernir num conjunto de produções para 2005 em torno de Muller, Shakespeare, Homero, Strindberg e Tchekov.
No planeamento dos trabalhos estão integrados investimentos em equipamentos móveis que não surgem, porém, discriminados como elemento de peso nos orçamentos apresentados, antes se encontram diluídos pelos projectos vários agendados.
No que diz respeito ao Festival X há uma insistência num carácter quase «privado» que se pretende dar ao evento, sem aposta na publicidade nos meios de comunicação, acompanhando esse traço por uma programação meramente intencional: «seis produções individualizadas e três extensões de fusão entre a música experimental, a performance, o vídeo, a improvisação, o teatro, a dança e outras expresões consideradas pertinentes».
Sem explicação de parceiros ou presenças, quase só com a defeninição de nomes para a estrutura base, trata-se de uma sinalização exígua e lacónica para o montante requerido, embora possa corresponder a uma preocupação de estar atento ao que se irá passar em termos artísticos, mais do que comprometer-se com antecedência com o que ainda não é claro que exista de forma expressiva.
Pelas razões aduzidas e tendo em conta a necessária contenção orçamental a que o programa de apoio sustentado às artes do espectáculo, obriga, propõe-se que o apoio seja para 2 anos – permitindo o eventual aparecimento de uma candidatura mais forte em 2006 – sendo o financiamento do 1º ano de 125 000 € (cento e vinte e cinco mil euros).
NB – assinaram todas. Ana Marin, Maria Helena Serôdio e etc...