Entrevista de Mário Viegas a Fernando Dacosta, PÚBLICO, 28-I-1993

2005-01-18
[Para o anónimo que fez a amabilidade de nos escrever 3 linhas e que tem medo que "o Mário ande por lá às voltas", recebemos a resposta do Mário. Aqui vai:]

"(...) Eu sempre fui muito falador, muito crítico, muito má língua, má língua no bom sentido. Habituei-me a sê-lo antes do 25 de Abril, era uma caracteristica da minha geração... não gosto da palavra geração.
- Não acredita em gerações?
- Não, não acredito, não há gerações; há, sim, grupos de pessoas com certas afinidades. (...)"

"(...) Há colegas meus que investem milhares de contos em montagens, depois a gente vai ver e não vê esse dinheiro em cena, nem em talento, nem em produção. (...)"

"(...) Temos, evidentemente, uma grande ajuda da Câmara, que é a cedência do teatro e a climatização da sala. O conforto do público que nos acompanha é decisivo. (...)"

"- Defende o vedetismo?
- Defendo. Nunca gostei de elencos por ordem alfabética, por ordem de entrada em cena. A Maria Cachucha não é a mesma coisa que a Palmira Bastos, o Zé da Esquina não é a mesma coisa que o Alves da Cunha. O público vai ao teatro para ver os actores; por isso, eles têm que ser cada vez mais valorizados. (...)"
 
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