«Sobre o lado esquerdo» (XXX)
2006-05-10
O Visconde de S. Luís Braga
Este homem, que muitos afirmam nada ter feito pelo nosso teatro, foi, na minha modesta opinião, um dos seus maiores animadores. Conseguiu, mercê da sua habilidade e inteligência, trazer até nós as melhores figuras do teatro estrangeiro. Graças ao seu apurado gosto, pudemos admirar em Lisboa, Sara Bernhardt, Réjane, Jane Hading, Barlet, Suzane Després, Mounet, Sull, Emmanuel, Coquelin, Mimi Aguglia, Guitry, Sada Yacco, Feraudy, le Bargy, Huguenet, Novelli, Zacconi, isto para falar apenas dos astros de primeira grandeza; muitos outros cá vieram de menor refulgência, mas de brilho também, como Tina di Lorenzo, Robie e Alexander, etc., e até cançonetistas e bailarinas célebres: Ivette Guilbert, Mayol, Coquelin Ainé o irresistível cançonetista que se apresentava sempre vestido de magala, a Loïe Fuller que, da segunda vez que nos visitou, sofreu grande vai do público, esquecido do que ela fora, como dançatriz e criadora de beleza...
O Visconde que era brasileiro nato, depois de malbaratar em terras de Santa Cruz, a herança dos pais e de duas velhas tias ricas (felizes dos que têm velhas tias com dinheiro...) descobriu que a árvore das patacas, existia mas era cá... e resolveu assentar arraiais em Lisboa, de braço dado com António Ramos, sua máxima força, quanto a cobres... Nunca o Visconde se poderia ter abalançado a formar as belas companhias que formou, e a mostrar ao portuguezinho amante de bom teatro, tanta celebridade estrangeira, sem esse paladino do bom gosto que aliava à sua elegância física, uma requintada elegância de espírito. Além disso teve o Visconde a sorte de encontrar auxiliares preciosíssimos, que se lhe dedicaram de corpo e alma, como esse João Santos, gerente do teatro, pára-raios de todas as tempestades que surgiam nos bastidores, e que ele, com as suas invulgares qualidades de diplomata, muito bem sabia neutralizar... Também Júlio Cardoso era outro grande auxiliar do Visconde; quando o Santos abalava connosco para o Porto e as companhias estrangeiras vinham a Lisboa, era o Cardoso quem tomava as suas vezes.
António Ramos, pondo à disposição do Visconde o seu cofre, penso eu que se não deve nunca ter arrependido, pois se o não viu transbordar de lucros, também o não viu desfalcado com prejuízos... Neste caso, porém, falo um poucochinho de cor... nunca, ninguém me mostrou a escrita do teatro. – Toco neste assunto porque, se acaso as épocas de exploração lisboeta eram menos brilhantes lá estava sempre o porto para tapar as possíveis brechas financeiras... Ao abalar para a capital do Norte, o Visconde sabia antemão, o que traria em bom metal sonante, no fim de um mês, dado que se contavam as enchentes, por cada peça que se representasse. O Porto, cumpria sempre! Verdade seja que lhe ofereciam o que de melhor havia em Lisboa, em peças tanto nacionais como estrangeiras, defendidas pelos melhores valores do nosso teatro.
Há poucos anos, dizia-se pelos bastidores: «o Porto, já foi Porto para as companhias dramáticas...» Puro engano. Temperem-se as companhias como então se temperavam; dêem-lhe peças bem arquitectadas (cómicas ou dramáticas, isso não pesa na balança) e superiormente desempenhadas, que o Porto continuará a cumprir. O que ele não quer é ser ludibriado, honra lhe seja feita!
O «savoir faire» do Visconde era colossal. Conseguiu reunir no seu teatro, sem atrictos de maior, o beijinho dos actores portugueses e a todos davam trabalho, porque não adormecia no seu escritório, à espera que as peças de que precisava, lhe caíssem do céu, sobre a secretária... Mantinha amistosas relações com os nossos melhores autores dramáticos a quem animava com promessas que depois cumpria. Além disso, fazia todos os anos a sua viagenzita até Paris, e de lá trazia sempre, debaixo do braço, as peças de maior êxito. No começo da temporada, começava o seu trabalho, quanto a mim o mais difícil, de contentar os seus artistas: peça para o mano Augusto, para o Ferreira da Silva, para o Brazão, para a Ângela, para a Lucília, para mim... Raro se enganava quanto a distribuições. Quando me calhou em sorte, a Ressurreição, houve quem protestasse... mas o Visconde, como velha raposo que era, respondeu: «-Minha filha: para tipos populares, a Adelina. Tu és por demais elegante, por demais janota... darias muito forçosamente, o quarto acto da peça... mas descansa que me não esqueci de ti! Vais representar, este ano, o melhor papel da tua carreira... uma obra prima do teatro francês. E záz! Entregou-lhe a peça para ela ler... Claro que, tal como ele previra, a actriz ficou apaixonada pelo futuro trabalho, e nunca mais falou na Ressurreição... Era assim que procedia, este homem de teatro. Note-se: Não tinha grande amor aos seus escriturados... explorava-os o melhor que podia e sabia... e como ele sabia, pai da vida! Com uma festa, um sorriso, um elogio a tempo, trazia-os a todos bem sujeitos aos seus caprichos. Verdade seja que não eram caprichos disparatados. Conta-se ainda hoje, que ele se gabava de espremer os actores, como limões, e de os saber deitar fora, acabado o sumo, sem que eles se apercebessem disso... É possível. Mas a verdade é que bem poucos lhe ficavam com raiva. E depois, qual o empresário que não espreme o melhor que pode, pondo-nos à margem quando deixamos de lhe fazer falta? Foi sempre assim, e assim continuará a ser, enquanto os artistas se não convencerem de que é preciso, para o bom andamento desta complicada engrenagem que é o teatro, pôr de parte a vaidade pessoal, e pensar na perfeita harmonia do conjunto; isto é: na defesa dos pequenos, como dos grandes papeis, porque só assim se conseguem notáveis realizações. Pois... no dia em que isto se consiga, deixará de haver empresários; os artistas explorarão os teatros directamente, chegando ao fim das temporadas sempre amigos, e não a morder uns nos outros, discordes com a gerência, melindrados ou de relações cortadas com a direcção artística que os obrigou a interpretar papeis inferiores à sua categoria artística... etc., etc., etc.
Mas, voltemos ao Visconde: supersticioso ao máximo, nunca entrava no teatro sem ser com o pé direito... Antes de penetrar no seu jardim de Inverno, tinha que dar três voltinhas, à roda do reposteiro da primeira porta da esquerda; mas fazia isto muito disfarçadamente, a fingir que era obra do acaso... O cómico é que esse acaso, se dava todos os dias! Depois, tirava o chapéu três vezes, e três vezes voltava a pô-lo na cabeça... e, ao entrar no palco, sacudia muito as mãos, como se as quisesse livrar de qualquer coisas que se lhes tivesse agarrado! Findo todo este ritual, falava então a todas as pessoas, com a maior afabilidade. Nós gozávamos com estas partes gagas... Um dia, não me contive e disse-lhe: - «O Visconde sempre é muito supersticioso!». E logo ele, muito convencido: - «Não sou nada, que descoberta a tua!»
- «Então porque é que faz isto, e mais isto, e mais aquilo?
- Faço? Pois olha é por acaso... – E não confessava.
Já o meu querido D. João da Câmara que tinha um curso completo de superstições, não se importava de as citar, mas sempre com o cuidado de bater em qualquer coisa de madeira para afastar o azar. Quando o teatro D. Amélia ardeu, o pobre Visconde sofreu tão grande abalo moral que adoeceu! Daí por diante, nunca mais foi o mesmo homem! Dentro de pouco tempo, o teatro voltava a ressurgir das cinzas; o gigante, porém, que o animara, esse é que nunca mais se levantou... fora mortalmente atingido pela catástrofe! Ainda tentou reagir... mas os nervos atraiçoaram-no. Parece-me que ainda o estou a ver a deambular pelas ruas, acompanhado por um criado, a arrastar os pés, o corpo cada vez mais disparatadamente obeso, o grosso lábio pendente, mal segurando o inseparável charuto que lhe deixava o colete todo sujo de cinza, babado e choramingas, muito pálido e meio idiota!
Mais tarde, internaram-no numa casa de saúde, na capital do Norte... Foi o golpe final para aquela pobre alma desamparada. Quando estive no Porto, a trabalhar, fui visitá-lo. «Vens buscar-me? (gritou ansiosamente). Tira-me daqui, minha Adelina, tu sempre foste minha amiga... leva-me para Lisboa, leva! Leva-me para o meu teatro! Não quero morrer longe dele...». Tive que mentir; prometi levá-lo comigo quando me fosse embora! E todos os dias, enquanto estive no Porto, fui buscá-lo para lhe dar um grande passei... Logo que me via aparecer, ficava radiante! Dava-me o braço e lá íamos nós, sempre acompanhados pelo criado, dar a nossa volta pelas ruas... Ás vezes, sentávamo-nos no café da Brasileira. Parecia uma criança pequena a quem tivessem dado uma espingarda verdadeira, tão contente se mostrava! Contava-me as suas arrelias, confessava a sua pena de estar internado... fazia dó! Quando o deixava na casa de saúde, dizia-me baixinho: «obrigado, minha Adelina... e olha: vem amanhã mais cedinho, sim?». E eu fazia-lhe a vontade, coitadinho! Pobre leão vencido! Morreu só... lamentavelmente só, longe de todos e de tudo o que mais amava neste mundo!
Este homem, que muitos afirmam nada ter feito pelo nosso teatro, foi, na minha modesta opinião, um dos seus maiores animadores. Conseguiu, mercê da sua habilidade e inteligência, trazer até nós as melhores figuras do teatro estrangeiro. Graças ao seu apurado gosto, pudemos admirar em Lisboa, Sara Bernhardt, Réjane, Jane Hading, Barlet, Suzane Després, Mounet, Sull, Emmanuel, Coquelin, Mimi Aguglia, Guitry, Sada Yacco, Feraudy, le Bargy, Huguenet, Novelli, Zacconi, isto para falar apenas dos astros de primeira grandeza; muitos outros cá vieram de menor refulgência, mas de brilho também, como Tina di Lorenzo, Robie e Alexander, etc., e até cançonetistas e bailarinas célebres: Ivette Guilbert, Mayol, Coquelin Ainé o irresistível cançonetista que se apresentava sempre vestido de magala, a Loïe Fuller que, da segunda vez que nos visitou, sofreu grande vai do público, esquecido do que ela fora, como dançatriz e criadora de beleza...
O Visconde que era brasileiro nato, depois de malbaratar em terras de Santa Cruz, a herança dos pais e de duas velhas tias ricas (felizes dos que têm velhas tias com dinheiro...) descobriu que a árvore das patacas, existia mas era cá... e resolveu assentar arraiais em Lisboa, de braço dado com António Ramos, sua máxima força, quanto a cobres... Nunca o Visconde se poderia ter abalançado a formar as belas companhias que formou, e a mostrar ao portuguezinho amante de bom teatro, tanta celebridade estrangeira, sem esse paladino do bom gosto que aliava à sua elegância física, uma requintada elegância de espírito. Além disso teve o Visconde a sorte de encontrar auxiliares preciosíssimos, que se lhe dedicaram de corpo e alma, como esse João Santos, gerente do teatro, pára-raios de todas as tempestades que surgiam nos bastidores, e que ele, com as suas invulgares qualidades de diplomata, muito bem sabia neutralizar... Também Júlio Cardoso era outro grande auxiliar do Visconde; quando o Santos abalava connosco para o Porto e as companhias estrangeiras vinham a Lisboa, era o Cardoso quem tomava as suas vezes.
António Ramos, pondo à disposição do Visconde o seu cofre, penso eu que se não deve nunca ter arrependido, pois se o não viu transbordar de lucros, também o não viu desfalcado com prejuízos... Neste caso, porém, falo um poucochinho de cor... nunca, ninguém me mostrou a escrita do teatro. – Toco neste assunto porque, se acaso as épocas de exploração lisboeta eram menos brilhantes lá estava sempre o porto para tapar as possíveis brechas financeiras... Ao abalar para a capital do Norte, o Visconde sabia antemão, o que traria em bom metal sonante, no fim de um mês, dado que se contavam as enchentes, por cada peça que se representasse. O Porto, cumpria sempre! Verdade seja que lhe ofereciam o que de melhor havia em Lisboa, em peças tanto nacionais como estrangeiras, defendidas pelos melhores valores do nosso teatro.
Há poucos anos, dizia-se pelos bastidores: «o Porto, já foi Porto para as companhias dramáticas...» Puro engano. Temperem-se as companhias como então se temperavam; dêem-lhe peças bem arquitectadas (cómicas ou dramáticas, isso não pesa na balança) e superiormente desempenhadas, que o Porto continuará a cumprir. O que ele não quer é ser ludibriado, honra lhe seja feita!
O «savoir faire» do Visconde era colossal. Conseguiu reunir no seu teatro, sem atrictos de maior, o beijinho dos actores portugueses e a todos davam trabalho, porque não adormecia no seu escritório, à espera que as peças de que precisava, lhe caíssem do céu, sobre a secretária... Mantinha amistosas relações com os nossos melhores autores dramáticos a quem animava com promessas que depois cumpria. Além disso, fazia todos os anos a sua viagenzita até Paris, e de lá trazia sempre, debaixo do braço, as peças de maior êxito. No começo da temporada, começava o seu trabalho, quanto a mim o mais difícil, de contentar os seus artistas: peça para o mano Augusto, para o Ferreira da Silva, para o Brazão, para a Ângela, para a Lucília, para mim... Raro se enganava quanto a distribuições. Quando me calhou em sorte, a Ressurreição, houve quem protestasse... mas o Visconde, como velha raposo que era, respondeu: «-Minha filha: para tipos populares, a Adelina. Tu és por demais elegante, por demais janota... darias muito forçosamente, o quarto acto da peça... mas descansa que me não esqueci de ti! Vais representar, este ano, o melhor papel da tua carreira... uma obra prima do teatro francês. E záz! Entregou-lhe a peça para ela ler... Claro que, tal como ele previra, a actriz ficou apaixonada pelo futuro trabalho, e nunca mais falou na Ressurreição... Era assim que procedia, este homem de teatro. Note-se: Não tinha grande amor aos seus escriturados... explorava-os o melhor que podia e sabia... e como ele sabia, pai da vida! Com uma festa, um sorriso, um elogio a tempo, trazia-os a todos bem sujeitos aos seus caprichos. Verdade seja que não eram caprichos disparatados. Conta-se ainda hoje, que ele se gabava de espremer os actores, como limões, e de os saber deitar fora, acabado o sumo, sem que eles se apercebessem disso... É possível. Mas a verdade é que bem poucos lhe ficavam com raiva. E depois, qual o empresário que não espreme o melhor que pode, pondo-nos à margem quando deixamos de lhe fazer falta? Foi sempre assim, e assim continuará a ser, enquanto os artistas se não convencerem de que é preciso, para o bom andamento desta complicada engrenagem que é o teatro, pôr de parte a vaidade pessoal, e pensar na perfeita harmonia do conjunto; isto é: na defesa dos pequenos, como dos grandes papeis, porque só assim se conseguem notáveis realizações. Pois... no dia em que isto se consiga, deixará de haver empresários; os artistas explorarão os teatros directamente, chegando ao fim das temporadas sempre amigos, e não a morder uns nos outros, discordes com a gerência, melindrados ou de relações cortadas com a direcção artística que os obrigou a interpretar papeis inferiores à sua categoria artística... etc., etc., etc.
Mas, voltemos ao Visconde: supersticioso ao máximo, nunca entrava no teatro sem ser com o pé direito... Antes de penetrar no seu jardim de Inverno, tinha que dar três voltinhas, à roda do reposteiro da primeira porta da esquerda; mas fazia isto muito disfarçadamente, a fingir que era obra do acaso... O cómico é que esse acaso, se dava todos os dias! Depois, tirava o chapéu três vezes, e três vezes voltava a pô-lo na cabeça... e, ao entrar no palco, sacudia muito as mãos, como se as quisesse livrar de qualquer coisas que se lhes tivesse agarrado! Findo todo este ritual, falava então a todas as pessoas, com a maior afabilidade. Nós gozávamos com estas partes gagas... Um dia, não me contive e disse-lhe: - «O Visconde sempre é muito supersticioso!». E logo ele, muito convencido: - «Não sou nada, que descoberta a tua!»
- «Então porque é que faz isto, e mais isto, e mais aquilo?
- Faço? Pois olha é por acaso... – E não confessava.
Já o meu querido D. João da Câmara que tinha um curso completo de superstições, não se importava de as citar, mas sempre com o cuidado de bater em qualquer coisa de madeira para afastar o azar. Quando o teatro D. Amélia ardeu, o pobre Visconde sofreu tão grande abalo moral que adoeceu! Daí por diante, nunca mais foi o mesmo homem! Dentro de pouco tempo, o teatro voltava a ressurgir das cinzas; o gigante, porém, que o animara, esse é que nunca mais se levantou... fora mortalmente atingido pela catástrofe! Ainda tentou reagir... mas os nervos atraiçoaram-no. Parece-me que ainda o estou a ver a deambular pelas ruas, acompanhado por um criado, a arrastar os pés, o corpo cada vez mais disparatadamente obeso, o grosso lábio pendente, mal segurando o inseparável charuto que lhe deixava o colete todo sujo de cinza, babado e choramingas, muito pálido e meio idiota!
Mais tarde, internaram-no numa casa de saúde, na capital do Norte... Foi o golpe final para aquela pobre alma desamparada. Quando estive no Porto, a trabalhar, fui visitá-lo. «Vens buscar-me? (gritou ansiosamente). Tira-me daqui, minha Adelina, tu sempre foste minha amiga... leva-me para Lisboa, leva! Leva-me para o meu teatro! Não quero morrer longe dele...». Tive que mentir; prometi levá-lo comigo quando me fosse embora! E todos os dias, enquanto estive no Porto, fui buscá-lo para lhe dar um grande passei... Logo que me via aparecer, ficava radiante! Dava-me o braço e lá íamos nós, sempre acompanhados pelo criado, dar a nossa volta pelas ruas... Ás vezes, sentávamo-nos no café da Brasileira. Parecia uma criança pequena a quem tivessem dado uma espingarda verdadeira, tão contente se mostrava! Contava-me as suas arrelias, confessava a sua pena de estar internado... fazia dó! Quando o deixava na casa de saúde, dizia-me baixinho: «obrigado, minha Adelina... e olha: vem amanhã mais cedinho, sim?». E eu fazia-lhe a vontade, coitadinho! Pobre leão vencido! Morreu só... lamentavelmente só, longe de todos e de tudo o que mais amava neste mundo!
Abranches, Aura, "O Visconde de S. Luís Braga", in Memórias de Adelina Abranches, Lisboa, 1947